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Análise: Huawei P9

A Huawei é hoje a terceira maior empresa do mundo no segmento dos dispositivos móveis muito graças à qualidade de construção e ao desempenho dos seus equipamentos, aliados ao preço competitivo.

A sua mais recente aposta, que chega a Portugal já durante a próxima semana, promete ser um smartphone ideal para os amantes da fotografia, já que a Huawei se juntou à Leica para tentar criar uma das melhores câmaras do mercado, desta vez com dois sensores lado a lado. Mas o Huawei P9 é muito mais do que apenas as suas câmaras e hoje revelamos-lhe todos os segredos deste novo smartphone.

1 – Características Gerais

O Huawei P9, o apelidado “smartphone fotográfico”, tem um ecrã IPS-NEO LCD de 5,2″ FullHD. Tem o SoC HiSilicon Kirin 955 com CPUs quad-core 2,5 GHz Cortex-A72 & quad-core 1,8 GHz Cortex-A53 e um GPU Mali-T880 MP4.

O Huawei P9 está disponível nas versões de 3 GB de RAM com 32 GB de armazenamento interno (EVA-L19 e EVA-L09 – modelo em análise) e 4 GB de RAM com 64 GB de armazenamento interno (EVA-L29), o que quase dispensa a utilização de um cartão de armazenamento externo para a maioria dos utilizadores. Ainda assim, o utilizador tem disponível um slot para cartão microSD até 128 GB.

Vem com o Android na versão 6.0 (Marshmallow), com todas as aplicações e serviços Google e com a interface Emotion UI 4.1, que em pouco se altera face àquilo que se conhece de versões anteriores.

Na traseira encontra-se a grande novidade deste smartphone, a dual-câmara de 12 MP com tecnologia Leica, com dual-flash LED de dois tons. A câmara frontal é de 8 MP. Tem ligação USB Tipo-C e leitor de impressões digitais, colocado na traseira como habitual. A bateria não removível tem uma capacidade de 3000 mAh.

Dentro da caixa a acompanhar o Huawei P9 vem o carregador e o cabo USB Tipo-C, o auricular com fios e o clip para abrir o slot dos cartões.

Especificações completas

Ecrã

  • 5,2″ IPS-NEO LCD (1080 x 1920 píxeis), densidade ~423 ppp
  • Protecção Corning Gorilla Glass 4

Processador

  • HiSilicon Kirin 955, Quad-core 2,5 GHz Cortex-A72 + quad-core 1,8 GHz Cortex-A53
  • GPU: Mali-T880 MP4

Rede

  • GSM/HSPA/LTE

Sistema Operativo

  • Android 6.0 (Marshmallow) com interface Emotion UI 4.0

Memória

  • 32 GB de armazenamento interno e 3 GB RAM / 64 GB de armazenamento interno e 4 GB RAM

Câmara

  • Principal (traseira): dual-câmara 12 MP com foco automático e dual-flash LED
  • Secundária (frontal): 8 MP com capacidade de gravação de vídeo a 1080p@30fps

Vídeo

  • Gravação: 1080p@60fps

Dimensões e peso

  • 145 x 70,9 x 7 mm, 144 g

Conectividade

  • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, DLNA, WiFi Direct, hotspot
  • GPS com A-GPS, GLONASS e BDS
  • Bluetooth 4.2 (A2DP, EDR, LE)
  • USB v2.0, USB Host
  • NFC (apenas no modelo EVA-L09, o de teste)

Bateria

  • Li-Po 3000 mAh, não removível e de carregamento rápido

Cores

  • Branco, dourado, rosa, cinza, prata, dourado prestige

Preço:

  • Preço: 599 € (PVP recomendado para Portugal)

2 – Hardware e Design

O Huawei P9 apresenta um design muito elegante, em metal, dentro da mesma linha dos seus antecessores mais directos. É bastante leve, pesando apenas 144 g, e muito ergonómico.

Na zona frontal existe um ecrã 2.5D de 5,2 polegadas, muito bem integrado em toda a estrutura. Acima do ecrã está a câmara de 8 megapíxeis, o altifalante com o LED de notificações integrado e os sensores de luminosidade e proximidade. Abaixo do ecrã apenas existe a inscrição da marca Huawei, como é habitual.

O friso lateral é em alumínio escovado, do lado esquerdo inclui a ranhura para os cartões nano-SIM e microSD. Do lado direito os botões de Volume e Power.

Na lateral de cima encontra-se apenas o microfone. Em baixo, o jack de áudio de 3,5 mm, a porta USB Tipo-C e o altifalante. De notar que o som reproduzido é de grande qualidade, algo que a Huawei foi capaz de melhorar bastante em relação aos seus topos de gama anteriores.

A traseira é também ela em metal, neste caso em prata, ou Titanium Grey como a marca descreve. Numa zona de destaque, à semelhança do Nexus 6P, está incluída a câmara dupla de 12 megapíxeis e o flash duplo de dois tons. Abaixo encontra-se o sensor de impressões digitais de 360º.

3 – O que distingue o Huawei P9?

O Huawei P9 surge no mercado com uma grande aposta de marketing em volta das duas câmaras traseiras, que em breve apresentaremos com mais detalhe. Estas duas câmaras com assinatura Leica, são sem dúvida aquilo que mais distingue o Huawei P9, mas há mais tecnologia além delas.

As melhorias são notórias a vários níveis, desde o design melhorado, ao sensor de impressões digitais mais rápido, à qualidade das câmaras e o desempenho de uma forma geral.

A Huawei tem vindo a optimizar cada vez mais o seu sensor de impressões digitais e mantém-se no pódio como uma das marcas que melhor o tem vindo a integrar.

O facto de estar colocado na traseira do smartphone, mesmo ao alcance de qualquer dedo quando é agarrado, a rapidez com que desbloqueia o smartphone, a facilidade com que se guardam as impressões digitais e a possibilidade de o utilizar com o dedo em qualquer posição são as suas grandes vantagens. Mas este sensor ainda pode ser utilizado para capturar fotos, navegar pelas fotos na galeria e ter acesso à barra de notificações.

Interface e desempenho

Quem já conhece a Huawei irá reconhecer imediatamente a interface Emotion UI neste P9. O facto de se afastar bastante daquilo que é o Android puro é um factor de exclusão por parte de muitos fãs do sistema operativo da Google, contudo, esta interface está bastante bem desenvolvida e com funcionalidades adicionais bastante úteis.

De notar que o Huawei P9 em testes ainda necessita de alguma optimização ao nível da interface. Esta optimização deverá chegar em breve através de uma actualização ao sistema, logo que o smartphone chegue ao mercado, como é habitual.

Em termos de aplicações e funcionalidades não há nada que mereça grande destaque. Vem com as aplicações comuns da Google e com as aplicações essenciais para o funcionamento do equipamento, nomeadamente algumas ferramentas, como bloco de notas, rádio FM, espelho, bússola, lanterna, calculadora entre muitas outras.

O GPS foi testado em vários percursos a pé e de carro e não foi detectada qualquer falha ou perda de sinal. Os satélites são detectados de forma rápida.

Em termos de desempenho estamos perante um smartphone muito fluido, capaz de desempenhar todas as tarefas exigidas sem esforço. No entanto, a gestão de memória e bateria “imposta” pela Emotion UI torna-se um pouco confusa na medida em que restringe notificações e processos em segundo plano, algo que não é propriamente simples de gerir e é necessário investir algum tempo até tudo estar conforme as necessidades de cada utilizador.

Através do teste de benchmark, com a aplicação AnTuTu na versão 6.1.4, foi obtida uma boa pontuação de 90369, ainda um pouco longe dos 129 991 obtidos pelo Galaxy S7 da Samsung.

4 – A câmara dupla e a pareceria com a Leica

Tal como já foi referido, a Huawei apostou tudo na tecnologia da nova câmara fotográfica principal. Uma câmara composta por dois sensores de 12 megapíxeis, desenvolvidos em parceria com a Leica.

Estes dois sensores foram concedidos para captar mais luz, mais 70% que o S7 da Samsung e mais 270% que o iPhone 6s, com um deles a captar em RGB e ou outro em monocromático.

Além do mais, o software de que a câmara dispõe é bastante completo, permitindo ao utilizador a possibilidade de ajustar o modo de captação às suas exigências e conhecimentos fotográficos.

O resultado final das fotografias captadas com esta câmara é, sem dúvida, de grande qualidade, contudo, dizer-se que este é um smartphone para fotógrafos é um exagero, principalmente quando existem smartphones no mercado capazes de obter melhores resultados que o P9, como é o caso do Galaxy S7, que vamos ter a oportunidade de testar lado a lado, em breve.

Um aspecto que pode ser apontado como negativo por alguns utilizadores é o facto de não gravar vídeo em 4K. Ainda assim, os vídeos em FullHD são de grande qualidade de imagem. O som, mesmo em ambientes com muito ruído, é de excelência.

De notar que foram detectados alguns bugs na utilização da câmara, contudo, não iremos ainda falar deles, uma vez que esperamos que sejam resolvidos na próxima actualização, aquando do lançamento oficial no mercado, como é comum. Se depois disso os problemas persistirem actualizaremos esta análise.

Abaixo alguns exemplos de imagens capturadas.

5 – Autonomia

Em termos de autonomia, o Huawei P9 encontra-se ligeiramente abaixo do que era esperado. A bateria de 3000 mAh permitiu-me atingir no máximo 2 dias de utilização e no mínimo foi menos de 1 dia (ou seja, cerca de 10 horas). Mas o mais comum, com a minha utilização normal, foi uma autonomia de 1 dia e meio, algo que fica um pouco aquém em comparação com outros smartphones com a mesma capacidade de bateria.

6 – Veredicto

O Huawei P9 revelou-se um smartphone de muito bom desempenho, um verdadeiro topo de gama.

A fluidez, as câmaras e algumas funcionalidades extra que a Huawei oferece são claramente um factor positivo e de grande destaque face à concorrência, tendo em conta o seu preço.

Em termos de qualidade de ecrã, o Huawei P9 está também muito bem equipado oferecendo um bom contraste de cores e uma boa gestão automática da luminosidade, permitindo uma boa visualização mesmo em ambientes de grande exposição solar.

Existem aspectos menos positivos que têm que ser referidos, como é o caso da autonomia e da verdadeira intenção da colocação de uma câmara com dois sensores, só pelo facto de não ser capaz de se destacar da concorrência em termos de resultado final.

A classificação final poderá sofrer alterações depois do lançamento da próxima actualização ao sistema, que se espera já para a próxima semana.

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